quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ai vem o natal e a gente pensa,sabe isso tudo é muito ridículo

sabe, isso tudo é muito engraçado,trágico é claro.
A maneira como deixamos tudo com mais glamour,colocamos em um pedestal que todos nós sabemos que não existe.
Sexo por exemplo, é uma ótima demonstração de todo esse cenário escroto,sexo as vezes pode ser extremamente perturbador mas unica e exclusivamente por causa  de uma barreira imposta pela sociedade.
Imaginar sexo gay pra grande maioria é grotesco,imaginar sexo lésbico pro mundo inteiro é sensual,o mesmo quando afirmamos ser errado uma mulher leviana ou vulgar e ''certo'' um homem com tais mesmos costumes.
Todos persistindo no  erro.
Deveríamos agradecer  isso a mídia,que faz questão de criar a sensualidade,o embelezar de todas coisas.Por isso que filme erótico é bonitinho e o porno vulgar, por isso que todos estão interessados atriz gostosa que é toda sensual por causa dos milhões de efeitos cinematográficos e visuais colocados em cade parte delicada do seu corpo comum. Mas longe de todas as luzes e maquiagens,ela é uma pessoa feia qualquer .
A realidade de tudo é bem triste.E cômica!

Mas ninguém é culpado por exercer algo no qual foi influencido por toda vida,nos somos bombardeados por conceitos,sanções, e valores desde o nascimento.
O que me leva ao maior dos costumes: O NATAL
natal chegando... Hora de agradecer a sociedade por todo o embelezamento cinematográfico na vida sofrida de todos os brasileirose é com dor e ironia nos olhos que recebemos os especiais de natal exibidos em uma emissória capitalista pra esquecer de todas as tragedias.
Nos despedimos cansados de um ano de merda e voltamos a triste rotina em novas dividas e dores.
Mas não é só isso,ainda há esperança,ainda há carinho e afeto,ainda há familias se recompondo e catando os pedaços de suas tragédias,talvez esse seja o verdadeiro espírito de natal,união e força mesmo ao ver que não há mais nada pelo oque lutar.
Ainda existe melancolia,fim de ano é assim não tem como não se emocionar quando ficamos tão melancólicos e nostálgicos nestas datas,mesmo querendo que não signifiquem nada pra nós.
E o que quero dizer com tudo isso então?
Não sei,ainda há muito o que pensar.




uky

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Y 3 U

Y= to vendo ali um bar,vamos sentar e tu me conta tuas merdas vá!
U= Que seja,uma cerveja,duas tu já vai saber de merdas pra contar ate pros netos.
Algumas horas se passam e os dois continuam discutindo:
U:'a são duas da manha,vê se traz mais uma garçom pra eu te contar como é ruim ficar inerte na incógnita que é minha vida seu porra
Y:'Você a ama ?
U:A garantia de que eu amo é que ainda não virei as costas tu já me viu fazer muito isso
Y=então tente mudar por ela
U=  sou egoísta demais
Y=  pro bem dela você realmente deveria virar as costas
U =então sou egoísta por querer ficar
Y= você acha que seu egoismo constrói pontes? não só abismos ao seu redor,não perca a mulher que ama
Y=Não seja egoísta por favor,agora paga logo essa conta e vamos embora tu já está bêbado.(risos)
Eles pagam a conta,deixam gorjeta e acendem um cigarro:
U=Sabe,é tudo culpa da falta
Y=Falta de que ?
U=falta de amor.
Y=Eu te amo,vê se não esquece.
U=E como eu esqueceria de uma coisa linda dessas ?Mas ainda assim eu duvido que exista.

uky
.....
Preludio

É dezembro finalmente, faz frio porem  me sinto aquecido e seguro .
Trancado em meu mundo eu sinto um pouco de paz.Há alguns brinquedos aqui,alguns dos quais eu mais gosto.
Não escuto mais os gritos e nem batidas a porta , meus braços ainda doem e minha boca ainda sangra ,mas acho que possuo a minha inocência por mais um dia.
Me disseram uma vez que tudo era um teatro e que esta peça era uma das historias de terror.
O consolo?
Saber que tudo sempre acaba bem em historias como essas.

CAP 1
SONHOS
O que é um sonho? Um reflexo do que você vive ou um desejo inconsciente?
Uma vontade ou uma visão? Algo que seu coração apenas lhe mostra nos momentos mais impróprios?
Um rio que não possui fim nem começo, pedaços rasgados de lembranças que provavelmente esquecerei.
Uma porta para outra dimensão? momentos em outra vida distante?
Passos no escuro  e nenhuma certeza ,um quebra cabeça,um labirinto,uma porta.
Um sonho.
CAP 2
Lembranças

As fotos envelhecerão ,o dia há de chegar ao fim  e o pretérito talvez seja esquecido.
Espero pacientemente pelo por do sol
O que seria o fim então ?
Representaria ele uma ultima lembrança?
Guardada na inocência de duas crianças,prontas ou  não para a eternidade,crescendo na dor e largando suas fantasias
O sol irá se levantar novamente isso é uma certeza, mas a vida se renovará?
Ou haverá mais uma decepção após ver que tudo continua o mesmo?

CAP 3
Cerejas
Tão patético é o ato de tremer quando estou ao seu lado
Não conseguir sorrir e fazer papel de bobo apaixonado
Tão inocente o desejo ardente quando seus lindos olhos enxergam como os anjos se sentem sozinhos,ao ver você partir dançando
Sonho estupidamente que um dia você se abra como a mais linda rosa ao amanhecer pra que de maneira egoísta eu satisfaça meus desejos insanos
Se prestassem atenção veriam  meus olhos refletirem os mais lindos sentimentos
Quando no meio de tantos espinhos a garota surge e me conta seus segredos
Rosas,cartas,seus sorrisos e dor, agora formam minha historia .
Desejo que ela vá e não volte mais,mas adoro quando olha pra mim e me faz perder a calma

CAP 4

Rotina

Anoiteceu e eu não irei  mais lutar
Logo irei durmir esperando mais um dia pra me desgastar.
Nas palavras me perdi e nenhum pensamento digno vai surgir
O cansaço me venceu e a sociedade suprimiu meu ser
Espero pelo trem e escuto a melodia que os trilhos fazem
É estranho mas reconfortante,sinto me seguro de certa forma
Enfim encontro paz para embarcar
Andando vagamente pela rua tentando compreender motivos,comportamentos,questionamentos fugindo eu sei que erro,mas retorno a perdoar.
Sinto que minha vida é um mar de dor
Que a esperança se tornou um poço sem amor
Que minhas lágrimas caem em vão
Minhas feridas vão fechar, mas sem alguma razão....
Acordo e vejo que está tudo igual(é fora um sonho,mais uma decepção)
Ainda tenho 22 anos e meu apartamento medíocre
Um trabalho de merda e um dia igual a todos os outros.
Mas ainda há um nome em meus lábios.


Cap 5
Traição
Chega um ponto minha vida.
Em que descubro que o amor não passa de uma mentira
Que deveria sorrir falsamente e admitir que não sou bom o bastante
Que era aquilo que deveria acontecer.
Com o passar dos dias, enxerguei  que todos mentimos e que era natural
Fingir daquela maneira que tudo estava bem.
Mais uma fantasia acabava enquanto uma nova começava
Ela o fez novamente mas ,sento-me e calado permaneço mais uma vez.
Os lábios doces e macios de minha amante agora ardiam como ácido e ao mesmo tempo eram frios como um punhal enfiado em meu coração da maneira mais desprezível
Eu apenas continuava a fingir que estava tudo bem
“continue pois adoro ouvir sua voz”
Me enganar era mais fácil do que enfrentar  o que acontecia
Dizia se perdão mas na verdade não passava de uma fuga a realidade


Cap 6
O traficante
Estou aqui pra te oferecer uma saída, uma razão pra que seu coração pulse mais rápido diz: o pequeno homem de vestes importadas
E eu como um  garoto assustado,olhava relutante para o pequeno pacote nas mãos daquele homem
E vai sair muito caro? Perguntei
Não valhe a pena pagar caro por sua diversão?ter a garantia de que vai esquecer seus problemas?mesmo que seja apenas por alguns segundos?
Olhando vagamente o pacote agora,o garoto magoado, desiludido e ferido,tira do bolso algumas notas e paga o traficante.
Um traficante diferente, pensei, enquanto caminhava  pela rua com medo nos olhos mas com a certeza de que esqueceria tudo que passou mesmo que fossem por pequenos segundos.
Eu  chego em casa olho para os meus  moveis medíocres e sinto raiva, pego a agulha e aplico o veneno em minhas veias.
O que eu não sabia? Que eu havia vendido minha alma, assinado o declínio de minha vida.Surgia ali um vício,que iria destruir o pouco que restava de sanidade.
Havia uma frase que não saia de minha mente, ‘’vai ser pra sempre.’’...
Que ingenuidade a minha imaginar que teria sido perfeito,que haveria um futuro,que haveria uma saída, uma eternidade ao  lado de quem supostamente amava.
Hoje marco o recomeço do meu fim! Eu pensava em meio a nostalgia.
Cap 7
Dúvida
(perdido e devendo dinheiro aos traficantes,após alguns dias marvin não conseguira sustentar seu vício e se encontrava agora em uma delicada situação)
Seu sangue queima por uma solução
Sua ignorância tende a aumentar sua dor
Gritos abafados no escuro,sujam a memória de quem se julgava brilhante.
Agora lhe pergunto porque andar na beira do abismo ameaçando se jogar quando está consciente de seu fim?
Me diga porque manter o egoísmo,quando o orgulho não pode mais te proteger?

Sua alma perdeu a cor, não possui dor
agora que os sentidos se foram
A brisa chega como gordura quente
Mas você não sente, pois não há mais dor
Agora lhe pergunto porque andar na beira do abismo
Ameaçando se jogar quando está consciente de seu fim?
Me diga porque manter o egoísmo quando o orgulho não pode mais te salvar?
Não há correntes que lhe prendam aqui
Em sua indiferença, você é livre pra ir e vir
Mas não espere que o ódio vá preencher o vazio
Porque o frio há de te lembrar de tudo que já passou

Cap 8
Invasão

Sentado em minha poltrona eu tentava enxergar o que acontecia,apesar de meus olhos embaçados acabarem com toda nitidez do ambiente , não conseguia me mover,meus membros pesavam muito.
O silencio teria acabado e e eu ouvia  passos e um barulho de fechadura sendo violada. E em meio a escuridão observei estranhos adentrarem minha sala,cuspindo ameaças e cobranças mas eu não entendia nada do que eles diziam,minha mente estava confusa e era difícil raciocinar em um momento como aquele.
Haviam em suas mãos facas e em algumas armas, eu nunca tinha visto  armas antes e me sentia ameaçado apesar de não ser possível reagir.E o estranho homem que me vendera um pequeno pacote estava de volta, com o mesmo sorriso torto no rosto, dentes amarelos e um hálito terrível.
Como não percebi isso antes? Havia maldade em seu olhar,tal olhar que apenas um demônio poderia espressar, quem seria esse homem?
Ele bate forte em meu estômago, mas sem tirar o sorriso torto do rosto,ao contrario parece que aquilo o satisfazia,ver meu sofrimento daquela maneira era reconfortante para aquele estranho homem.
Enfim ele pronuncia palavras que o não consegui entender,mas sabia o que era.Era uma promessa,que iria se cumprir caso eu não agisse,sabia que meus dias chegariam ao fim(o tão esperado fim),sabia que era minha vez de partir,não estava preparado pra morrer(ainda não), precisava resolver aquele problema,que agora custava minha vida.


Cap 9
A ultima noite de festa
O fim chegou mas seus olhos estão vendados
Não será capaz de ver o amanhecer, pois abriu mão de tudo por algo que não era relevante
Suas feridas demonstram que seu esforço para chegar até aqui
Mas uma pergunta ainda lhe incomoda
Aonde está o seu caráter?
Não adianta socar a parede em busca de uma solução
Seus dedos não agüentam mais e logo você vai cair
Um poeta,um romântico, a alma de um bom homem que de nada vale
Uma morte que no fim nada mudará

Ainda lhe resta voz mas você não quer gritar ainda lhe restam pensamentos mas você desiste de racionar
Suas preces no escuro e suas promessas de que nada valem
Morrem ao relento em uma ultima noite de festa
Dance a noite toda ouvindo a melodia de sua redenção
Aproveite o veneno em suas veias
Dance até que a madrugada consuma sua alma
Aproveite o veneno em sua garganta
Dance até que esteja próximo do fim
Aproveite o declínio de sua vida

Cap 10
Interlúdio
Amanhece e eu sinto minha boca seca,uma forte dor de cabeça,não consigo abrir meus olhos,mas por incrível que pareça eu sinto uma terrível satisfação.como se nada mais pudesse me afetar ,como se soubesse que havia feito tudo que podia.
Após uma noite de festa sem pensar em conseqüências,sem que as preocupações me afetassem,sem que nada pudesse abalar a minha mente naquele momento,eu conseguia sorria após dias de tormento e abstinência,mas não era um sorriso verdadeiro,era a mais pura ironia,eu sorria de minha própria decadência,mas eu sorria.
Uma noite de orgia,uma noite inesquecível,algo pra lembrar,porem era uma noite vazia,sem nenhum sentido que valha realmente a pena lembrar.
Minha  casa estava uma bagunça ,como se eu me importasse, pela primeira vez ela parecia diferente,não mais a mesma casa monótona e vazia.
Não mais um dia sem sentido e sem razão,era sim vazio mas teria tido um propósito.
Sem perceber adormeço e por mais estranho que fosse aquilo acontecer, consegui sonhar
E me veio uma vaga Lembrança em a mente.


       É dezembro, faz frio e o pequeno garoto encara seu pai com medo nos olhos
Sua boca sangrava e a insegurança o consumia por dentro , mesmo sendo apenas um garoto ele sabia que tinha fugir.procurando por uma saída ele vê uma porta, não uma simples porta,significava muito para si .
Correndo na esperança de conseguir, ele se tranca no quarto escuro,seu pai esmurrava  a porta ele começa a chorar e adormece....
‘’Não escuto mais os gritos e nem batidas a porta , meus braços ainda doem e minha boca ainda sangra ,mas acho que possuo a minha inocência por mais um dia.
Me disseram uma vez que tudo era um teatro e que esta peça era uma das historias de terror.
O consolo?
Saber que tudo sempre acaba bem em historias como essas’’


Cap 11              
O Metrô
Eu acordei  assustado, tanto tempo sem sonhar e logo essa lembrança?
Porque? Algo que eu jamais deveria lembrar,algo que eu não agüentaria reviver,
Perguntas como essas bombardeavam minha mente fudida mas não havia mais tempo, eu havia  escutado o familiar barulho de fechadura sendo violada, e naquele ponto da minha jornada eu  sabia que deveria correr igual uma puta,que se ficasse nada do que eu iria descobrir seria prazeroso,um pensamento um tanto quanto masoquista(como todos os meus sempre são doentios) mas foda-se,resolvi correr como uma puta.(risos)
Me escondi atrás da porta e esperei pela ação dos traficantes, quando o primeiro entrou,eu o derrubei e roubei sua arma,atirei no outro e comecei a correr.Aquilo me intrigava bastante porque até então eu só tinha visto isso acontecer em filme sou seriados,acho que instinto pela primeira vez serviu de algo.
Os vizinhos que ouviram os disparos imediatamente ligaram para policia o que deve ter feito os traficantes fugirem , enquanto eu  corria em direção ao único lugar que eu sabia que encontraria paz, um lugar que poderia me despedir, onde sempre seria lembrado.



Cap 12
Fim “e a certeza de que tudo vai mudar”


Esta noite estarei jogando tudo pro alto
Se é a escolha certa? Não há como saber
Minha ultima fala meu ultimo ato
O badalar distante dos sinos , e as palmas iluminam minha certeza.
Encosto a arma em minha têmpora e já consigo imaginar as almas dançando e rindo ao meu redor, em minha jornada por clareza.
Se havia um jeito menos trágico de partir? É claro mas de que outra maneira eu tornaria minha historia imortal?Se eu sou  covarde por desistir ? E quem não é ?Desistimos todos os dias não?Tudo que consigo agora é sorrir verdadeiramente pela primeira vez.
Olho pro meu reflexo e não há mais desespero,apenas autonomia

Está escuro  mas enfim consigo enxergar não me arrependo dos que deixo para trás tenho a certeza de que de mim eles vão lembrar e me despeço dos sinos e das palmas.



Ouve se um disparo mas ninguém sabe ao certo o que aconteceu
Parte essa noite,mais uma alma que se decepcionou com o mundo e deixou se sucumbir por suas fraquezas e tudo o que resta é um lindo poema e uma bela Crônica sobre o seu fim.....
Existem porém muitas lacunas não preenchidas neste pequeno relato,ele é confuso eu sei e a historia se passa rápido demais,Me desculpem por isso mas não é nada fácil resumir 16 anos em 12 capitulos.Espero que entendam ao máximo todo o sofrimento presente nessas linhas,e que se divirtam com o que ainda está por vir.
I_ Prelúdio
‘’E assim,como punhal colado ao peito selam estas palavras uma sentença intensa e profunda.
Amanhã sei que vou acordar e lembrar de todas as letras,queria saber evitar mas não consigo  mais esconder estas palavras nauseantes que me fazem adoecer.
Dito,enfim foi dito.
Aliviou,mas não o bastante pra sentir teu corpo aqui.’’

II_ Despertar
Já se passou uma semana e estas imagens continuam tão vivas em minha mente,sinto-me envolto naquele mesmo momento sombrio,em um ciclo de intermináveis lamentos e gritos ao vento.
Apalpo a parede em busca do interruptor,um gesto sem motivos pois a luz do dia clareia de forma evidente este espaço vazio e sombrio no qual costumo descansar.Os móveis gastos e o chão escasso,uma aparência um tanto rústica por assim dizer.
Meu relógio digital e sem graça marca a hora como se quisesse me expulsar de meu sono forçado e cansado.Nunca fora tão difícil encarar a calmaria de mais um dia comum(este para os que observam ao longe).
Sinto que devia estar assustado com estes sussurros quase inauditiveis,acostumar-se ao assustador já se tornou tão comum e banal(risos),não é de se admirar que eu tenha cometido um ato tão monstruoso cruel e asqueroso,oh deus como me arrependo,como dói respirar.
Me levanto e caminho até o banheiro,sinto um cheiro forte de urina e sangue mas não tenho vontade alguma de tentar descobrir.
Descobrir ou reafirmar?Afinal,se foi um ato cometido por minhas próprias mãos tendo como principal autor eu mesmo e ninguém menos,sou pois o dono da verdade que quero negar.
Ignoro tudo e parto sem me arrumar,deixo para trás instrumentos e utencílios necessários a minha rotina,afinal nada disto importa mais.
Abro a porta e sinto a  Calmaria ao som do orvalho,a neve cai lenta desse lado da cidade.
Os flocos cintilam e dançam ao som do violino,que corta o ar com seu arco dourado.
Penso em tudo que tem acontecido,reflexão e acalento.
Os assuntos se atrofiam,não há nada de divino e coragem que um dia espero esta chegar.
O amor se assimila ao chão,pisoteado,sujo e maltratado.
A hipocrisia ri pelos cantos,o mundo chora abafado.
O remorso impregnado em meus lençóis,marcas de sangue em todos os cantos(a visão ainda turva e presa ao pretérito próximo)
A dor de acordar novamente golpeia forte meu pulmão.









III_Sentimentos rotineiros
Belo horizonte nunca esteve tão estranha,ao contrário da constante correria e cheiro podre de perfume barato e ambição.Está calma,silenciosa e assustadoramente pacata.
Aonde estão os trabalhadores frustrados?As mães preocupadas e os andarilhos famintos?
Tudo que vejo são homens e mulheres desprovidos de qualquer obrigação e preocupação,pensando distante e encarando vagamente o horizonte.
Quem seriam?De onde Teriam vindo?Aonde estou realmente?
Meu coração bate mais forte e o medo volta a crescer.E se algum deles souber o que eu fiz ?
Não,nenhum deles sabe,que  pensamento tolo este(risos).Ninguém pode saber.

Esqueço de tudo e sigo meu caminho ao local costumeiro aonde sempre espero o ônibus que me conduz ao trabalho,a neve ainda grossa porém não há frio muito pelo contrário,sinto um calor reconfortante.São seis e meia e eu sinto calor e esperança.Como e porque ?

Céus aonde está esse maldito ônibus?
30 minutos já se passaram e eu continuo aqui inerte e sem graça,fielmente observando a calmaria nada rotineira de belo horizonte.Ah! jáconsigo encherga-lo chegando.
Adentro o ônibus e me deparo com uma situação ainda mais estranha,todos os assentos estão vazios e não há ninguém no ônibus exceto por mim e o motorista.
Ele me olha estranho, com um sorriso doentio no rosto como o de alguém que sabe  tudo aquilo que você vem se empenhando pra esconder.
Continuo  tentando ignorar e sigo meu caminho.Acendo um cigarro e espero assim chegar logo ao trabalho,afinal sem pessoas no ônibus quem vai me dizer que não e permitido fumar aqui ?
Outro fato estranho,não há transito engarrafamentos nada do tipo.
Apensa algumas poucas pessoas que circulam as ruas,como isto seria possível?
No mundo onde vivo nada disso  costuma acontecer,não espere, eu estou no mundo em que vivo! Não estou?
Dou sinal e peço para descer,novamente o motorista sorri para mim.Preciso voltar para casa nem que seja a pé,não vou me arriscar novamente com  os ônibus.
Começo a andar e agora as poucas pessoas que estão nas ruas,começam a me encarar.Paro um segundo e agora vejo que todas estão me olhando,de caras fechadas e com um olhar estranho.Estariam tentando me intimidar?
Não há tempo pra isto,preciso voltar para casa,preciso chegar aquele cômodo antes que alguém possa descobrir o que há lá.Presumo que devido aos fatos ocorridos,meu emprego não é o mais importante no momento.

IV_Verdades
Por fim consigo chegar em casa, fico de frente a minha moradia sombria,nunca a apreciei de verdade.Sempre detestei esta casa e esse bairro de péssima qualidade.
Pego minha chave velha e enferrujada e abro o portão,este ao abrir emite um terrível ruído que ecoa de forma tão assustadora que os pássaros alçam voo e as arvores começam a chocoalhar.
Agora com um pouco mais de pressa abro a segunda porta e adentro minha casa.O cheiro de morte está ainda mais forte,poderíamos vizinhos terem sentido tal cheiro?Estariam eles desconfiados do que aconteceu aqui?Nada disto,eles não podem descobrir.
Mas eu não sei nada sobre isso,nunca havia feito tal coisa antes,apenas tinha visto em filmes e documentários.Como farei para me livrar das evidências deste crime hediondo?
Começo a caminhar para o banheiro,o cheiro fica mais forte.Sinto uma forte vontade de fugir pra longe daqui,bem longe mas essa não é a resposta.
Respiro bem fundo e continuo meu percurso ao banheiro,quando chego na porta e me deparo com algo que meus olhos se recusaram a acreditar.
Não é possível,como isto poderia acontecer? Não há como não,não!
O corpo desapareceu!
o cheiro permanece mas não há corpo,sangue não há nada.É como se ele tivesse desintegrado ou simplesmente desaparecido.
Será que alguém poderia te-lo removido? Mas e o sangue?Como essa pessoa removeria um corpo e todo aquele sangue impregnado no chão em tão pouco tempo afinal eu devo ter me ausentado por no máximo uma hora.
E agora? O que faço? Como vou saber o que aconteceu?
Tenho que sair desta casa,não aguento mas esse cheiro nauseante que esta no ar aqui.Vou me distanciar e assim pensar em uma forma de descobrir oque aconteceu.
Passo novamente  pelo meu portão e ponho-me a correr,vou para longe de tudo,correr até não houver mais perguntas e apenas respostas.







V_ As famosas despedidas
Após correr por tanto tempo agora vencido pelo cansaço decido parar,e ao faze-lo percebo que enquanto estive correndo não mantive atenção ao que acontecia ao meu redor,nem na paisagem nem nas pessoas que estavam passando.Eu escutava gritos mas não parava para conferir,meu medo era maior que minha curiosidade.
Agora refletindo um pouco pude perceber,os gritos eram ofensas,agora consigo me lembrar,eles diziam:
-Suicida! Assassino! Covarde.Oh meu deus eles sabem,se gritam é porque sabem o que fiz.
Há mais pessoas ao meu redor agora,elas vão chegando aos poucos com ofensas prontas e fogo nos olhos,trazendo em sua consciência o fim.
Eles começam a cuspir suas ofensas,todos dizem como que em um coro:
-Assassino! Você merece morrer!Sujo,COVARDE!
Os gritos cada vez mais forte me ferem de tal forma que me ponho a chorar,me ajoelho e começo a gritar:
_Tudo bem seus malditos! Eu confesso! Eu a matei,eu tirei-lhe a vida!Pedaço por pedaço eu dei fim a sua vida e ao que restava de bom em sua alma pura e intocável,eu exterminei aqueles lindos olhos e no auge de sua perfeição ranquei-lhe o que vocês preservam de mais sagrado,oh sim eu tirei-lhe a integridade.EU A MATEI!
-E assim,como punhal colado ao peito selam estas palavras uma sentença intensa e profunda.
Amanhã sei que vou acordar e lembrar de todas as letras,queria saber evitar mas não consigo  mais esconder estas palavras nauseantes que me fazem adoecer.
Dito,enfim foi dito.
Aliviou,mas não o bastante pra sentir teu corpo aqui.

Confessei ter matado minha esposa na espera de que eles desse m logo um fim ao meu sofrimento,que me espancassem e  terminassem com a dor que crescia mais e mais em mim.
Porém da disto aconteceu,eles começaram a recuar e a sorrir.Os gritos haviam cessado e as pessoas ia simplesmente desaparecendo.Uma por uma elas se forame me deixaram ali sozinho em uma avenida sem ninguém.
Mas as poucos tudo ao meu redor também começava a ceder e sumir,os prédios iam desmoronando mas sem fazer nenhum barulho.As ruas iam retrocedendo e sumindo.Por fim meus membros começavam também a desaparecer.Primeiro as pernas,depois os braços , o tronco e meu pescoço.
Tudo estava escuro e nem pensar eu conseguia mais.O que teria sido tudo isso?
VI_Aceitação
É incrível como o medo me aprisionou nos subúrbios de minha própria mente, pode conhecer o mais íntimo de minha  alma e me deparar com as piores feições jamais esperadas.
Sim,fora apenas um sonho,do qual ainda não consegui acordar mas sei que é um sonho.
Sei que é um sonho.