quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Diálogo no Purgatório

Se o mundo pelo menos estivesse no mesmo lugar, talvez eu deixaria de dar passos em falso e pararia pra reparar um pouco mais esse luar, tão lindo, mas tão ilusório, Tudo se move tão rápido, estou perplexo, estático, fácil de perceber a frustração no olhar, sinto ódio, sentimento difícil de se esquecer.
E quando coloco minhas viseiras e cego permaneço, ainda sinto tudo aquilo que detesto, um cheiro, que causa ânsia, me aperta o estômago, to tão cansado de todo esse perto, dessa rixa, dessa briga que não tem fim,  recorro ao álcool pra me aquecer, aquecer as dúvidas que são insanas, aquecer as lamúrias que não são poucas, esquecer que a sociedade trata da vida das pessoas como meras gincanas, esquecer que eles sempre reparam nas minhas roupas
Mas eu ainda estou aqui de pé e eles também, são persistentes esses miseráveis, se julgam mais fortes do que a crença e a fé, são como finais inigualáveis, não subestimem a batalha, a batalha é constante, interna, implícita, por mais que vocês procurem a fonte, nunca vão encontrar o que derrubou a certeza e a convicção, de que o judicial é um comércio, tipo belo monte
Ato  criminal ou defesa ilegítima, a guerra é legítima e mais legítimas que a guerra são as lágrimas de quem tenta se impor, se sobressair, com suor e com amor, vítimas, essas sim são explicitas, expostas nas manchetes, com suas marcas registradas em todos os cacetetes, usufruem da nossa imagem pra fazer um bom enredo, constroem um curta metragem, em cima do seu medo.
E quando o terço vem a mão e o pulseira verde do posto vai ao chão, você se deixa acordar por um grito que ecoa, um mulher a chorar, é mais uma alma que decola, mais uma vítima da guerra civil que te jogou no chão, outra mulher que perdeu o irmão, é amigo, agora você se lembrou que vive no Brasil? É só mais alma, é sou um outro óbito, no meio de tantas, só se acumula o ódio, que vira esquecimento, o retrato na estante, o relento, mas quem tira o pó da estante, não se esquece do sorriso que se foi.
Cansados de conversar? Eu tenho mais pra dizer, rasgando com meu verbo tenho uma limpeza social a ser feita, Quero desenrolar, desfazer os nós da minha mente, das mentiras que eu ouvi de você
Porque eu não achei minha identidade no esgoto e muito menos tatuei um código de barra pra virar produto governamental, E esse seu pensamento ultrapassado e escroto, já não passa de uma crise mediana, insegura e pessoal
Mas quem aconselha amigo é, anota já pra não se esquecer, faça suas malas, planeje sua rota, fuja pra onde quiser, porque revolução já é bem mais do que escrever, ela bate a sua porta, estamos nos jornais, não amos desistir, os dias atuais são dias de luta, perfeitos pra ir e vir, livremente construiremos o brasil que carregamos nos nossos mais profundos sonhos.



E hoje uma frase amanheceu no mau caderno, não sei por quanto tempo eu a deixei lá pra mofar, sim, ela compõe mais uma das minha narrativas extensas e intermináveis, é parte do meu espirito criativo, ininterrupto, impagável e insaciável, são pensamentos inesgotáveis e frases marcantes que permanecem na minha mente até que chega a hora de serem pronunciadas.
Mas essa frase porém se difere das minhas outras, é bem mais do que só o reflexo do que meus olhos gravam em rotinas urbanas, é bem mais do que a fome de justiça e mudança que carrego na minha linha calejada, não, é bem mais.
Sem pudor, sem aspas, pra gritar bem alto, exclamar com convicção, com cara de mal, pra que o recado seja dado, o que deve ser dito será dito, pois o crédito de omissões já estourou o limite do cartão nacional, a esperança nada tem de efêmera e o brasileiro nada tem de ignorante, nosso suor um dia vai vingar, podem rir pros meus textos, pra outros textos, riam também das faixas, das prisões, das máscaras, mas a hora de limpar a bagunça vai chegar e eu repito :

A esperança nada tem de efêmera



sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Ancorar ( reescrita )

A cada acorde ouço o coral cantar a calma
Envolvido em profunda nostalgia,dou luz à um novo solilóquio
Pensamento distante, fora do normal,sensação inusitada que conforta minha alma
Se deriva de um momento onírico,não cabe a mim diferenciar,
Me encontro à deriva de um querido amigo,um ombro pra meconfortar
A ansiedade de um novo passo,o medo ganha poder com todo esse ócio
 Mas Não tenho poder sobre o amanhã,do hoje só me cabe amar esse novo dia, respeitando toda a calma


(Se cada obstáculo for um aprendizado,faça de seus tombos uma lição)
 '
Em meio à tanta dor,procuro por um descanso (um refúgio)De onde surgiram tantos rostos ?
Um abrigo,que me esconda de tudo e de todos
Neste momento de calor, estou em prantos,sou meu melhor amigo,(o único)que preciso após tantos desgostos
Silêncio,querido,obrigado!Por me amar assim.
Quem que no fim deste lindo dia,essa angfústia possa chegar ao fim
A amizade verdadeira já se provou resistente, vencendo qualquer barreira, mesmo que a prensença carnal esteja ausente
eu sei, eu sei, que tuas palavras calmas são o meu presente
(Hoje sei que um dia irão lembrar de mim e contarão a minha história,do início ao fim)

'Amar,Crescer,Aceitar(ancorar) '

Não me cabe mais vagar,quero descansar minhas malas na tua porta
Me encontrar no teu sorriso bobo,rir do seu nariz pequeno
Mesmo que aqui não tenha um mar, pra gente se banhar e esquecer, não importa
Que Não me caiba mais vagar,pedir te ei para viver sob teus lençóis,sereno
Como quem vive o correto e o escrito
Como quem interpreta o verdadeiro e mais puro amor
Agora eu tenho fé e acredito, que sua energia afasta toda a dor

Pois somos crianças,eternas crianças,pois os adultos jamais existiram( em nós)
Pois nossa esperança é como criança,sempre seguindo o mesmo caminho

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Deixe estar, deixe estar, deixa o tempo carregar pra longe o desafeto e trazer pra mais perto, o teu bem estar



Permaneça...
Meu skate, uma madrugada de julho, gelada, longe do entulho
A rua vazia, o som das rodinhas queimando o asfalto, jaqueta escura, sombria, o fone alto, no talo
O vento brinca com meu rosto, a liberdade marca passo no meu peito
à adrenalina me entrego, faço da noite um mergulho, mais uma esquina, atravesso outro bairro, rolê intenso
A alma começa a ficar mais leve, convido os sorrisos pra que enfeitem o meu rosto, sou um bom anfitrião
Nos meus pensamentos eu me embrulho, rajada, minha alegria rasgando a madrugada de julho
To longe do entulho
Longe do entulho
Entulho espiritual, me liberto de todo o mal, do lixo mental que ocupa minha mente, consciente agora, imerso em uma paz eminente, eu sigo, ressurgindo, construindo fantasias, destruindo autorias, sei quem sou, sei onde estou, sou, respiro, sou, eu vivo
Eu vivo

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O peito aperta, a lágrima começa latejar no canto do olhar
De porta aberta pra que essa tristeza entre e faça do minha mente um  lar