25 De Dezembro

Acordei sentindo o gosto do meu maço,meus olhos ardiam,era tão difícil levantar, todo esse mormaço mas sem sol refletindo

Que dia infame pra trabalhar.

Meu estômago reclama e a vodca brilha em meu colchão sujo.Ouço seus passos no escuro, não havias partido a horas atrás? Me lembro de todas as coisas banais, que sucederam na noite, insana, soba óptica ardida, presente de grego no embrulho

Imagino estar louco, mal calcei os meus sapatos e já  confundi um dia com outro.

Estou em sua casa e não sabia,sujei o teu colchão e comi em tua cozinha,adormeci no teu banheiro,acordei em seus braços,minha pele queima com a água do chuveiro ,eu sei que estou errado, mas então porque estou sorrindo ?

Os últimos dias passaram como um cometa regado a álcool e nicotina.Beijos amargos de alguém que eu desconhecia,tão longe de minha consciência., não era o que eu queria

Já é tarde me levanto pro mundo,parto com expressão vazia,cara moribundo, vou ser demitido, é uma certeza, é uma agonia, eu só quero ser compreendido

As lembranças voltam com os leves passos embaçados, a chuva ainda não se dissipou e meus olhos parecem neblina.Engraçado, a angustia partiu num voo raso profundo da mesma intensidade do  buraco no meu peito que tinha deixado
Me lembro  dos sorrisos, das coisas que não devia ter dito, me lembro dos estranhos reconheço os amigos.

Um copo cheio,14 vazios.

Promessas sem fundo,cheques vencidos

Talvez eu seja promovido

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